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2 de jul. de 2011

Kadafi ameaça atacar a Europa

Clinton disse que Kadafi deveria colaborar
Kadafi deve facilitar a transição e deixar o poder em vez de "ameaçar", afirmou neste sábado (02/07) a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ao comentar as declarações do líder líbio, Muammar Kadafi. O ditador ameaçou atacar a Europa se a Otan não suspender os bombardeios contra o seu regime, em discurso divulgado em uma mensagem áudio transmitida na sexta-feira a uma concentração de milhares de apoiadores do ditador reunidos na praça principal de Trípoli. "Se eles decidirem não parar, nós podemos decidir tratá-los da mesma maneira", disse Kadafi, afirmando que poderia estender o conflito para a Europa e que os líbios poderiam "cair sobre a Europa como gafanhotos". A mensagem foi transmitida na Praça Verde, diante de uma das maiores manifestações a favor de Kadafi ocorrida nas últimas semanas.

27 de jun. de 2011

Hesitação do Brasil contra Síria na ONU irrita potências

O sinal de que o Brasil não deve apoiar a resolução contra o regime sírio de Bashar Assad no Conselho de Segurança das Nações Unidas irritou Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha. Diplomatas desses países disseram estar decepcionados com a posição brasileira de não votar a favor do texto que condena o governo sírio pela onda de repressão a opositores que já deixou mais de mil mortos.
Essa posição em relação ao Brasil foi informada à reportagem horas depois de o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ter afirmado em entrevista na ONU que "a Síria é um país central quando se leva em conta a estabilidade no Oriente Médio". "A última coisa que gostaríamos é contribuir para exacerbar as tensões no que pode ser considerada uma das regiões mais tensas de todo o mundo", disse o ministro.
O chanceler evitou revelar o voto brasileiro, dizendo que o governo "seguirá monitorando a situação antes de adotar uma posição". Mas, para os países defensores da resolução, levando em conta as consultas na tarde de ontem, há sinais de que o Brasil não votará a favor.
Um diplomata ocidental disse ontem que "a sensação é de incompreensão com a posição do Brasil". "Conhecemos os valores democráticos dos brasileiros e esperávamos que eles se colocassem a favor da resolução. Tivemos a preocupação até mesmo de não colocar no texto nenhum trecho que pudesse dar chance para uma intervenção externa na Síria. Pedimos apenas reformas lideradas pelos próprios sírios, libertação dos prisioneiros e o fim da violência contra os opositores. Mas parece não ter sido suficiente para convencer os brasileiros".

Premiê turco diz que tropas sírias agem com 'selvageria'

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou a repressão desfechada pelas tropas sírias como uma "selvageria" e sugeriu que a violência poderá levar a Turquia a apoiar resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o regime sírio. As fortes declarações do premiê turco significam uma mudança na postura turca sobre a questão síria. Até agora, Erdogan aconselhava o presidente sírio Bashar Assad a realizar amplas reformas e evitava críticas diretas ao regime de Damasco.
Enquanto isso, tropas sírias apoiadas por tanques cercaram a cidade deserta de Jisr al-Shughour, perto da fronteira turca, onde preparam um assalto contra insurgentes locais e soldados amotinados. Milhares de sírios fugiram e cruzaram a fronteira, se abrigando em campos de refugiados na província turca de Hatay.
Erdogan disse que as imagens da Síria exibidas na televisão eram "intragáveis". Ele acusou o irmão mais novo do presidente Assad, Maher, que comanda a temida 4ª divisão do exército sírio, de ter um comportamento "desumano". "Eu já disse isso claramente e de maneira aberta: de um ponto de vista humanitário, o irmão dele (Maher) não age de uma maneira humana. Ele age além da selvageria", disse Erdogan, em declarações postadas na internet.
"Por causa disso, esses fatos colocaram o Conselho de Segurança (da ONU) em operação. Face a isso, nós, a Turquia, não podemos continuar falando a favor da Síria", afirmou Erdogan.

Para Brasil, censura à Síria ampliaria crise

O Brasil mantém cautela em apoiar uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) porque teme que a aprovação abra caminho para a aplicação de sanções econômicas ou mesmo de intervenção militar no futuro, como ocorreu na Líbia. Na avaliação do Itamaraty, isso agravaria a crise entre Bashar Assad e os opositores, aumentando a instabilidade no Oriente Médio.
A ação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra Muamar Kadafi, segundo a reportagem apurou, vem sendo considerada um fracasso por alguns membros do conselho, como o Brasil, a Rússia e a China. Esses países avaliam que a intervenção inviabilizou uma solução política para o conflito e o mesmo poderia ocorrer em relação a Assad.
China e Rússia têm interesses econômicos e geopolíticos na Síria. O Brasil, por seu lado, teme que a imposição de uma resolução - ainda que não traga condenações econômicas - abra caminho para uma intervenção.
Existem três tipos de resolução que podem ser adotadas, previstas no Capítulo 7 da Carta da ONU. Na primeira, descrita no Artigo 40, estão as que condenam um país, mas sem a aplicação de sanções econômicas ou militares. A segunda, prevista no Artigo 41, trata de sanções econômicas. Já as punições com base no Artigo 42 autorizam o uso da força. Foi o caso da Resolução 1.973, que autorizou a intervenção contra Trípoli.

França volta a cobrar apoio do Brasil em resolução contra Síria

A França espera que o Brasil mude de posição e apoie a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando a violência do regime de Bashar Assad contra seus opositores na Síria, que deverá ser votada nesta semana. A afirmação é do embaixador francês junto às Nações Unidas, Gérard Araud, dada em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
"O governo brasileiro repudiou o uso da força na Síria e apelou a um processo político que responda aos desejos dos sírios. O Senado apoiou essa mensagem. Esperamos sinceramente que a votação do Brasil reflita esse apoio às aspirações democráticas dos povos árabes", disse Araud. "Nosso projeto de resolução não tem outro propósito a não ser incentivar as autoridades sírias a ouvir os pedidos de seu povo e a abrir um diálogo político nacional, sem interferência do exterior. Para isso, a violência deve parar", acrescentou.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, indicou que o País não deverá votar a favor da resolução, que não prevê sanções ou intervenção externa, diferentemente do caso líbio. "A relutância do Brasil em se juntar a ela (à resolução) provém do caso da Líbia", lembrou o diplomata, referindo-se às divergências ocorridas em relação às operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra o regime de Muamar Kadafi.